A conclusão é de um estudo realizado por investigadores da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Columbia, nos EUA: o consumo de canábis está associado a um maior risco de desenvolvimento de doenças periodontais.
Terrence J. Griffin, presidente da Academia Americana de Periodontologia, defende que “numa altura em que a descriminalização da marijuana é cada vez mais comum nos EUA, os utilizadores deveriam estar atentos ao impacto que os diferentes tipos de canábis podem ter na saúde das suas gengivas”.
O estudo analisou os historiais médicos de vários pacientes e realizou check-ups dentários a cada um deles, revelando que aqueles que se identificaram como ‘consumidores frequentes’ de canábis apresentavam, em média, 29,2 locais em redor dos seus dentes com bolsas periodontais de uma profundidade igual ou superior a 4 milímetros.
De acordo com os autores do estudo, estas evidências parecem demonstrar que o consumo de canábis aumenta, e muito, “o risco de padecer de periodontite”. “Já conhecemos a existência de diversos fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento de periodontite e este novo trabalho sugere que o consumo de canábis pode ser um deles”, conclui Terrence J. Griffin.
Já este ano tinha saído um outro estudo que comprova a mesma teoria. A conclusão é de um estudo recentemente publicado por investigadores da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos da América, que explica que os consumidores de canábis têm um risco “muito maior” de poderem vir a desenvolver a doença.
Madeline H. Meier, investigadora responsável por coordenar o estudo publicado na revista científica JAMA Psychiatry, refere que “entre outras implicações, o nosso estudo mostra que o consumo de canábis durante 20 anos não se associa a uma série de problemas específicos de saúde em média idade. A única exceção é que este consumo se associa com a periodontite.”
De acordo com a publicação espanhola ABC Salud, para chegarem a esta conclusão os investigadores analisaram o historial médico de 1073 adultos da Nova Zelândia desde que nasceram até aos 38 anos de idade.
Destes, 675 admitiram fumar canábis durante algum tempo até atingirem os 18 anos de idade e 478 dos inquiridos revelaram ser fumadores de tabaco. Os resultados agora publicados mostraram que o consumo a longo prazo de canábis, mais ou menos contínuo, está associado a uma má saúde oral, nomeadamente periodontal.
“Os nossos resultados devem ser sempre interpretados no contexto das anteriores investigações que já haviam mostrado que o consumo de canábis se associa com um maior número de acidentes e lesões, bronquite, eventos cardiovasculares agudos e, possivelmente, doenças infeciosas e oncológicas, assim como piores resultados psicossociais e de saúde mental”, refere a investigadora responsável pelo estudo.
Artigo adaptado do site saudeoral.pt