Como tratar um paciente “NERVOSO”?

Quero partilhar algumas “dicas” para pacientes um pouco mais stressados, que aprendi ao longo dos anos e em algumas formações de relacionamento profissional-paciente. Não quero que seja uma lista exaustiva e por isso vou tentar simplificar…nervous-patients

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Este é o conselho mais antigo para todos os profissionais de saúde. Sabemos que por vezes é muito complicado cumprir horários, mas para se este tipo de pacientes ter de ficar na sala de espera durante mais tempo do que deviam deixa-os ainda mais stressados. Tente identificar pacientes nervosos antes das consultas para evitar que o tempo de espera seja mais longo. Por exemplo, tenham consulta depois da pausa do almoço para não haver atrasos.

A caminhada

Temos de marcar uma boa primeira impressão. Ir pessoalmente chamar o paciente à sala de espera, apresentar-se de forma educada e fazer conversa enquanto o acompanha para o gabinete ajuda a aliviar a tensão. Isto ajuda o paciente a sentir-se apoiado durante todo o percurso na clínica.

Vemos o mesmo que os nossos pacientes?

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Por vezes esquecemo-nos o quanto o nosso material pode parecer assustador para um paciente nervoso. O espaço de trabalho deve estar o mais livre possível, deixando apenas o  necessário para a consulta. Manter os instrumentos longe da visão do paciente.

Ouvidos abertos

Precisa ouvir mais do que nunca o paciente. A história do paciente dá todas as pistas que precisamos para ajudá-los, os seus medos,  e as astúcias que precisamos para contornar os seus medos. Ao fazer perguntas mostramos interesse em o que o paciente tem a dizer e, como tal, cria maior empatia. Não apresentar imediatamente soluções, apenas tomar notas e deixar o paciente falar. Após este pequeno período de conversa peço se posso “deitar um olho à sua boca”.

Todos somos temos um pouco de “Control Freak”

Algumas palavras sobre o ” sinal STOP “. Todos nós dizemos aos nossos pacientes para levantar a mão esquerda se precisar de parar. Lembre-se que alguns pacientes têm medos ou histórias que os impedem de realmente fazer isso, mesmo se lhes dermos autorização. Então, precisamos de responder aprontadamente a uma mão levantada , mas não podemos contar com essa mão para parar. Observe o paciente e se sentir que ele precisa de parar faça-o.

Expectativas

É importante desenvolver uma base sobre a qual o profissional e o paciente podem trabalhar em conjunto. Eu acho que é importante dizer aos pacientes que se trabalharmos em conjunto num espírito de cooperação mútua, então é altamente provável que sejamos capazes de ajudá-los. No entanto devemos explicar que enquanto um profissional comprometido faremos de tudo ao nosso alcance para ajudar.

Atenção Atenção

Pacientes nervosos necessitam de cuidados de atenção activa 100% do tempo.

Conversa, conversa, conversa

A comunicação é o cerne para ajudar o paciente nervoso a relaxar e a se sentir bem com a situação. Escolha as palavras com cuidado, reformular qualquer parte do processo que você sabe que vai sublinhar-los.

Distracções!

Ok, na verdade, uma pequena distracção? Música, vídeo, seja o que for, mas de preferência algo que seja inclusivo para todos na sala poderem participar. Um paciente com um com os seus phones fica muito isolado, no seu próprio mundo, onde pode imaginar tudo e mais alguma coisa, e não consegue ouvir as palavras do profissional. Por que não ligar o iPod do paciente nas colunas do gabinete?

Pausas frequentes

Faça das pausas frequentes parte da sua rotina. Mesmo se você não acha que o paciente precisa, faça uma pausa para bochechar. Estas pausas ajudam a transmitir a sua preocupação constante para o bem-estar do paciente. Mesmo se forem excessivas os seus pacientes nervosos vaõ agradecer.

Gestão de fluxo de trabalho

É fundamental que cada paciente nervoso recebe os seus melhores esforços. Os cuidados prestados para este grupo de pacientes é, na minha opinião, enormemente gratificante sobretudo quando os ajudamos a superar o enorme obstáculo do nervosismo.

Igualmente reconheço que nestes casos, as suas habilidades clínicas e de comunicação serão testadas ao limite. As visitas iniciais, em particular, podem ser emocionalmente desgastantes para o paciente e para o profissional. Como tal, é sensato gerenciar o fluxo de trabalho para controlar o número de novos pacientes muito ansiosos por dia ou semana.

Agora é só esperar por estes pacientes e mãos ao trabalho. Se quiserem adicionar algo, estejam à vontade e comentem. A partilha de experiências é sempre bem-vinda!

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Autor: Celso Da Costa

Caros leitores, caso tenham alguma dúvida, sugestão ou crítica podem contactar-me a todo o momento para o e-mail: higienistacelso@gmail.com Higienista Oral formado pela FMDUL. - Dez 2010 - Nov 2011 Clínica Dentária Dentalis, Av 5 outubro, Lisboa, Portugal - Nov 2011- Nov 2015 Cabinet Dentaire Dr. Givel, Cossonay et St-Sulpice, Vaud, Suisse - Depois de Dez 2015 Clinique Dentaire Adent, Ecublens et Yverdon, Vaud, Suisse Agora o Blog também está no Facebook: http://www.facebook.com/OHigienistaOralBlog

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